sexta-feira, 31 de março de 2017

A VIDA COMEÇA AOS 50!

Claro que a vida começa com a concepção. Mas para quem chegou aos 50, a vida começa aos 50. Veja por quê.
A preocupação com o futuro começa a perder força, quando você chegou nele, aí descobre que não faz tanto sentido manter esse sentimento. O futuro tal como o avanço da idade são inexoráveis, o melhor é concentrar-se nas cercanias de seu presente.
Com certa idade, nossos olhares percebem belezas nas pequenas coisas. Numa bola que cruza a rua, atrás dela corre um menino sem camisa, com aquela expressão genuína de felicidade, como se a coisa mais importante da sua vida estivesse ali em sua frente. Também entendemos que a vida é carregada de contradições, a miséria humana está em todos os lugares, o cinismo, as falsas aparências, tudo já faz parte de nosso arquivo. Temos a leveza para fazer releituras das mesmas cenas, já nos livramos de alguns preconceitos, estamos mais tolerantes. Por isso, a verdadeira vida começa aos 50, a carga é mais leve, as cobranças são menores. Sabemos que é preciso dar um passo de cada vez.
Se tivemos uma paixão, agora amamos, e o amor é sereno, não tem a volúpia das paixões que atormentam o espírito. Mas isso não quer dizer que estamos imunes. Ainda bem. Somos projetos em construção, eternamente inacabados, portanto, volúveis, abertos a releituras do mundo. Dado ao número de outonos, temos o privilégio de poder mirar os cenários em perspectiva. Cada circunstância em que nos vemos envolvidos sempre apresenta algum aspecto que parece que já tivemos vivido. Isso nos dá aquela sabedoria em seguir adiante, não que tenhamos as respostas, mesmo porque as perguntas são sempre outras, mas a serenidade em saber que tudo depende da forma como reagimos aos conflitos do cotidiano.


Artigo não protegido por direitos autorais. Pode citá-lo em parte ou no todo, basta indicar o autor e o e-mail: Charles Ferreira dos Santos:  charlesfs@hotmail.com.

sábado, 18 de março de 2017

Música "Bom Conselho" - Chico Buarque

ANÁLISE 
A letra dessa canção foi escrita em 1972, especialmente para o filme de Cacá Diegues, “Quando o carnaval chegar”. Na letra desta musica Chico Buarque, utiliza provérbios que trazem o assinalamento da ponderação, tolerância, omissão, abdicação e persistência. De maneira inteligente e poética, ele desconstrói estes provérbios , de modo a anarquizar tais ideias e a instigar o leitor a enredar-se no processo político de combate à ditadura a correr todos os riscos necessários para alcançar o objetivo. Os provérbios são ditos populares, utilizados praticamente para todas situações da vida e são passados de geração para geração. São utilizados nos dias atuais e a maioria é de criação anônima, faz parte da cultura popular.


Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade


sábado, 4 de março de 2017

DEPOIS DO DEBATE...

DEBATE - REGRAS E NORMAS DE CONVIVÊNCIA
Veja que linda a produção autoral desta turminha!
           

Grandes foram os desafios desta aula construtiva e prazerosa,

 mas o resultado me emocionou.


A Equipe Pedagógica da  EMEF Professora Marili Dias sugeriu a mobilização de um debate sobre as normas e regras de convivência a fim de aprimorar a construção do seu Regimento Escolar. A construção das regras de convivência, direitos e deveres dos alunos, professores e comunidade, desenvolve uma proposta educativa de promoção de uma convivência escolar harmoniosa e o aperfeiçoamento da qualidade da educação. Para isso, durante dois dias no início do ano letivo, além da leitura do “Regimento Escolar”, texto base do referencial em princípios democráticos, adotados pela Secretaria de Educação do Município de São Paulo, realizou-se uma reflexão e debate sobre este documento, buscando sugestões dos educandos para alterações ou não nas regras pré-estabelecidas.
Iniciei minha aula com a leitura crítica deste documento e promovi uma roda de conversa sobre conceitos como: autonomia, responsabilidade e cooperação. Foi um  momento de repensar as regras propostas, e se essas regras estariam ineficazes ,ou não. Esclareci aos educandos que autonomia se refere à capacidade de fazer escolhas e de posicionar-se, participar, ter discernimento, estabelecer critérios e eleger princípios éticos, levando em conta o bem comum.  Destaquei durante nossa conversa a importância de ter noção de responsabilidade pelos próprios atos, assumindo qualquer consequência inerente a suas escolhas, assim, pensar muito para optar por determinadas atitudes, diante de qualquer situação. Outrossim, foi esclarecido o quanto a cooperação, o convívio positivo em grupo pode contribuir na realização de uma determinada ação. Expliquei que cooperar, envolve aprender a ouvir o outro e ajudá-lo a pedir ajuda, a dialogar, a aceitar críticas, a explicar um ponto de vista, a coordenar ações para obter êxito numa tarefa coletiva.
Após este debate, não houve sugestões para alterações nas regras. Porém, aproveitando o clima da reflexão e debate sobre a escola, pedi aos alunos que em grupo construíssem um Acróstico poético sobre “A escola que temos” e um outro sobre “A escola que queremos”.